21 de abril de 2008

Nódulos de Osler

Uma das características mais importantes da endocardite e para a qual menos atenção se dá é a ocorrência de manchas efêmeras de um eritema nodular doloroso, especialmente na pele das mãos e dos pés, do francês nodosités cutanées éphemères… A situação mais comum é a presença destas manchas próximo à ponta dos dedos, que podem estar ligeiramente edemaciados” (William Osler, 1909).

Os nódulos de Osler são pequenas elevações do tamanho de uma ervilha, dolorosas, mas frequentemente encontradas na face anterior das extremidades dos dedos, na eminência tenar e hipotenar ou nas plantas dos pés. Ainda que incomuns, eles são relativamente específicos para endocardite infecciosa.
Na figura acima, as fotos A, B e C mostram nódulos de Osler, e a foto D mostra a mancha de Janeway.
Os nódulos de Osler são causados por vasculite mediada por imunocomplexos. As manchas de Janeway são, muitas vezes, confundidas com os nódulos de Osler, mas as lesões de Janeway são causadas por microembolia séptica. 
Além disso, as lesões de Janeway geralmente ocorrem nas palmas das mãos e plantas dos pés, e não nas polpas dos dedos. Por outro lado, as lesões de Janeway são indolores, enquanto nódulos de Osler são dolorosas.
As lesões de Janeway e os nódulos Osler são considerados importantes achados para o diagnóstico de endocardite infecciosa. Os nódulos de Osler ocorrem mais frequentemente na endocardite aguda e as manchas de Janeway, na endocardite subaguda [correção: os nódulos de Osler ocorrem mais frequentemente na endocardite subaguda e as manchas de Janeway, na endocardite aguda (BEAULIEU; REHMAN, 2013)].
Os nódulos de Osler não são patognomônicos de endocardite infecciosa, já foram descritos também no lupus eritematoso sistêmico, febre tifoide, gonococcemia e endocardite trombótica não-bacteriana, mas o achado de nódulos de Osler deve levar à suspeita de ENDOCARDITE INFECCIOSA, por ser um sinal periférico importante, um estigma, desta doença grave.


Referência
BEAULIEU, A.; REHMAN, H. U. Janeway lesions. CMAJ, 182 (10): 1075, 2010. Disponível em: http://www.cmaj.ca/content/182/10/1075.full.pdf+html. Acesso em: 03 jan. 2013.