1 de maio de 2008

Polifarmacoterapia em pacientes idosos

POLIFARMACOTERAPIA EM PACIENTES GERIÁTRICOS INTERNADOS EM ENFERMARIAS DE CLÍNICA MÉDICA*
Daniel Macedo Severo de Lucena(1), George Robson Ibiapina(2), Roberto Luis Pereira Matias(2), Renato de Andrade Ramos(2), José Luiz Simões Maroja(3), Rilva Lopes de Sousa Muñoz(3)
(1) Aluno do Curso de Medicina / Centro de Ciências Médicas (CCM)/ UFPB
(2) Médicos Residentes de Clínica Médica do HULW/UFPB
(3) Professores da Disciplina de Semiologia Médica – Departamento de Medicina Interna / CCM/UFPB
*Trabalho apresentado na V Mostra de Iniciação Científica dos Estudantes de Medicina (Congresso Paraibado dos Estudantes de Medicina) - Abril de 2008.

Introdução: Polifarmacoterapia é a administração de múltiplos medicamentos ao mesmo paciente, sendo mais prevalente entre idosos, o que é motivo de preocupação, não somente pelos seus custos econômicos, mas principalmente pelo risco de interações medicamentosas e efeitos adversos. Objetivos: Descrever as classes medicamentosas mais prescritas e avaliar polifarmacoterapia entre pacientes idosos internados nas enfermarias de clínica médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW).
Metodologia: Os dados foram obtidos em estudo transversal descritivo das prescrições médicas dos pacientes geriátricos internados nas enfermarias de clínica do HULW. Os medicamentos foram classificados pelo sistema Anatômico-Terapêutico-Químico (ATC) da Organização Mundial da Saúde para estudos de utilização de medicamentos. Polifarmacoterapia foi definida como mais de cinco medicamentos por prescrição.
Resultados: Dentre as 43 prescrições analisadas constatou-se uma média de 6,2 (± 2,1) medicamentos por paciente. A maioria dos pacientes apresentava polifarmacoterapia (27/62,8%). O grupamento anatômico ATC mais prescrito foi sistema digestório (38/88,4%), seguido pelo cardiovascular (25/58,1%) e nervoso (16/37,2%). Os grupos terapêuticos mais prescritos foram anti-ulcerosos (31/72%), antieméticos (29/67,4%), diuréticos (20/46,5%), inibidores do sistema renina-angiotensina (18/41,9%) e antibióticos (15/39,4%). Os princípios ativos mais prescritos foram metoclorpramida (27/65,1%), ranitidina (27/62,7%), dipirona (22/51,7%) e captopril (18/41,9%).
Discussão: A prevalência de polifarmacoterapia foi maior que a esperada. Chama atenção também a alta freqüência de prescrições de ranitidina e metoclorpramida, presumivelmente relacionadas a prescrição irracional. Estes resultados podem ser úteis para o desenvolvimento de avaliações de risco para interações medicamentosas e reações adversas entre pacientes idosos no nosso meio.
Conclusão: Há necessidade de aprimoramento da prescrição médica para o uso racional de medicamentos na população geriátrica. Estudos posteriores devem ser realizados no mesmo serviço para avaliar as causas das prescrições excessivas de anti-ulcerosos e antieméticos.

Palavras-chave: Polifarmacoterapia. Idoso. Hospitalização.