4 de dezembro de 2008

Conhecimento de médicos sobre morte encefálica

Estudo com médicos intensivistas do Rio Grande do Sul apontou que o seu conhecimento sobre o diagnóstico de morte encefálica (ME) é muito limitado, o que se atribuiu, em parte, ao pouco contato que os estudantes de medicina têm com este tema durante a graduação. RESUMO BITENCOURT, A. G V. et al. Avaliação do conhecimento de estudantes de medicina sobre morte encefálica. Rev. Bras. Ter. Intensiva, 19 (2): 144-150, 2007. (Embora o título indique que o trabalho foi feito com estudantes de medicina, a leitura do texto mostra que foram entrevistados médicos intensivistas, o que constitui um problema mais sério ainda) JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A falha ou atraso no diagnóstico de morte encefálica resulta na ocupação desnecessária de um leito hospitalar, em perdas emocionais e financeiras e na indisponibilidade de órgãos para transplante. O médico intensivista tem fundamental papel nesse diagnóstico. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento sobre morte encefálica entre os intensivistas. MÉTODO: Estudo transversal em 15 unidades de terapia intensiva (UTI) em oito hospitais da cidade de Porto Alegre, Brasil. RESULTADOS: Duzentos e quarenta e seis intensivistas foram entrevistados em uma amostra consecutiva entre abril e dezembro de 2005. Encontrou-se prevalência de desconhecimento do conceito de morte encefálica de 17%. Vinte por cento dos entrevistados desconheciam a necessidade legal de exame complementar para o seu diagnóstico. Quarenta e sete por cento se consideraram no nível máximo de segurança para explicar o conceito para a família de um paciente. Vinte e nove por cento desconheciam a hora do óbito legal para os pacientes em morte encefálica. Os intensivistas pediátricos tiveram menor conhecimento do conceito em relação aos intensivistas de adultos. CONCLUSÕES: O atual conhecimento sobre morte encefálica é insuficiente entre os profissionais que mais freqüentemente se deparam com pacientes nessa situação. Há necessidade de educação sobre o tema a fim de evitar gastos desnecessários, diminuir o sofrimento familiar e aumentar a oferta de órgãos para transplantes. BITENCOURT, A. G V. et al. Avaliação do conhecimento de estudantes de medicina sobre morte encefálica. Rev. Bras. Ter. Intensiva, 19 (2): 144-150, 2007.