28 de janeiro de 2010

Imagem semiológica: Larva migrans cutânea

Figura 1- Parte A: Lesão antes do tratamento; parte B: Lesão após tratamento.
História: Paciente de 42 anos, masculino, apresentando erupção pruriginosa intensa no dorso do pé direito há sete dias (Figura 1: parte A). Ele tinha ido à praia descalço alguns dias antes do início da lesão. Esta evoluiu com piora diária, apesar da aplicação de antibiótico tópico.
O exame físico revelou lesão serpiginosa, eritematosa, com formação de bolha, sugestiva de larva migrans cutânea (Figura 1: A).
Larva migrans cutânea é causada pela migração de larvas de ancilostomídeos na pele humana. É mais comumente causada pela ancilostomíase que infecta cães e gatos. Os ovos do parasita são transmitidos a partir de fezes de animais em solo úmido e quente ou na areia, onde as larvas eclodem. A transmissão ocorre quando a pele entra em contato direto com solo contaminado ou areia.
As larvas são incapazes de penetrar na membrana basal para invadir a derme, assim a doença permanece limitada à epiderme. Larva migrans cutânea é um quadro auto-limitado, porém o tratamento anti-helmíntico (tiabendazol, albendazol, mebendazol ou ivermectina) pode diminuir os sintomas e encurtar a duração da doença.
O uso de calçado adequado é a chave para prevenir essa condição. Duas semanas depois de tratamento com albendazol, a lesão do paciente mostrou sinais de cicatrização, restando áreas de descamação e hiperpigmentação (Figura 1: Parte B).
Referência
ANG, C. C. Cutaneous Larva Migrans. NEJM, 362 (4): 10, 2010.
Chia Chun Ang, M.D. Changi General Hospital, Singapura.