21 de dezembro de 2010

Projeto Didático sobre Semiologia da Dor

PROJETO INSTRUCIONAL DA MONITORIA DE SEMIOLOGIA MÉDICA COM ENFOQUE NA AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DORJoão Vítor Nóbrega e Mélo Pereira; Larissa Vieira Baracuhy; Charles Saraiva Gadelha; Pablo Alves Moreira; Stephanie Galiza Dantas; Gabriela Lemos Negri; Rosa-Maria Silva Soares; Débora Alencar de Menezes; Matheus Gurgel Saraiva; Rilva Lopes de Sousa Muñoz.Centro de Ciências Médicas/ Departamento de Medicina Interna/ UFPB / Monitoria

A dor é definida pela International Association for the Study of Pain como “uma sensação ou experiência emocional desagradável associada a dano tecidual real ou potencial ou descrita em termos de tal dano”, sendo considerada o mais frequente sintoma entre os pacientes que buscam atendimento médico, e hoje admitida como “o quinto sinal vital”, representando componente fundamental do cuidado ao paciente.

O objetivo deste trabalho foi relatar no XIII Encontro de Iniciação à Docência da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) a execução de prática da monitoria da disciplina de Semiologia Médica em 2010 para ensino e capacitação em avaliação semiológica da dor.

Tendo em vista a importância do conhecimento acerca da dor para a formação do profissional médico, foi desenvolvida uma atividade didática com os discentes da disciplina de Semiologia Médica, em horário destinado à monitoria desta.

Com a atividade proposta, atingiu-se instrução fundamental a respeito do tema, proporcionando ao corpo discente da disciplina, favorecendo-se o desenvolvimento da habilidade de análise semiológica a respeito das características morfológicas, funcionais e psicológicas envolvidas nos processos dolorosos, além de sua fisiopatologia.

Foi possível ainda a capacitação no que toca à mensuração de tais processos (através do uso de escalas e instrumentos desenvolvidos e previamente comprovados através de estudos para sua avaliação) e as características semiológicas a estes relacionadas, do mesmo modo que a conscientização das implicações físicas e mentais que comprometem a qualidade de vida do doente com dor crônica.

Através desta atividade, foi abordado o estudo da dor, tanto em características semiológicas quanto na avaliação através de instrumentos padronizados e estruturados. Atingiu-se instrução a respeito do tema, proporcionando aos alunos o desenvolvimento da habilidade de análise semiológica das características da dor. Exercitou-se também a mensuração da dor através de unidimensionais e multidimensionais.

Como Escalas Unidimensionais foram citadas as seguintes:
(1) a Escala Verbal - o paciente quantifica a experiência dolorosa usando frases que representam diferentes intensidades subjetivas de dor, como nenhuma dor, dor leve, dor moderada, dor forte, dor insuportável e a pior dor possível;
(2) a Escala Numérica - permite quantificar a intensidade da dor usando números. Geralmente possui 11 pontos, de 0 a 10. Podendo ser de 6 pontos (0 a 5), de 21 pontos (0 a 20) e de 101 pontos (0 a 100). O ponto 0 (zero) representa nenhuma dor e 10 (dez) representa a pior dor possível;
(3) a Escala Analógica Visual - consiste em uma linha reta, de 10 cm, que representa o contínuo dor, ancorada pelas palavras sem dor e pior dor. Solicita-se que o indivíduo marque na linha o lugar que representa a intensidade da dor sentida. O observador deve medir, em centímetros, a distância entre a extremidade ancorada pelas palavras sem dor e a marca feita pelo paciente, que corresponderá à intensidade de sua dor; e
(4) a Escala de Faces - consiste de uma série de faces expressando níveis progressivos de angústia. Solicita-se ao paciente que escolha a face que representa a intensidade de sua dor.

Entre as Escalas Multidimensionais que são empregadas para avaliar e mensurar as diferentes dimensões da dor a partir de diferentes indicadores de respostas, avaliando-se as dimensões sensorial, afetiva e avaliativa, salientaram-se a Escala de descritores verbais diferenciais e o Questionário McGill de avaliação da dor.

A realização deste projeto propiciou não só o aprendizado dos estudantes da disciplina, como também dos monitores envolvidos na concretização da atividade. Esse aprendizado deixa de ser explorado de maneira adequada durante a graduação em Medicina, mas é de considerável valor para o adequado manejo do processo saúde-doença do paciente, uma vez que o alívio da dor é fundamental na prática médica.

Propõe-se que haja uma maior ênfase na mensuração e na avaliação da dor em escolas médicas, que deveriam implementá-la, já em seu módulo de Semiologia, com o propósito de ensinar e disseminar o uso das instrumentos e/ou escalas de avaliação e mensuração da dor.
Palavras-chave: Ensino Médico de Graduação. Dor. Exame Clínico.