19 de abril de 2012

Debate dos Reitoráveis Promovido pelo Centro Acadêmico de Medicina da UFPB

Esta postagem traz um relato descritivo, de cunho meramente narrativo, sobre o debate entre os candidatos a reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), realizado na manhã desta quinta-feira (19) no campus I da UFPB, e promovido pelo Centro Acadêmico Napoleão Laureano, centro estudantil dos alunos do curso de graduação em medicina.
Quatro dos cinco candidatos que estão na disputa pela reitoria da UFPB para a gestão 2013/2016 compareceram: Margareth Diniz (Chapa 1), Otávio Mendonça (Chapa 2), Luiz Renato Pontes (Chapa 4) e Lúcia Guerra (Chapa 5), com seus candidatos a vice-reitor (Eduardo Rabenhorst, Zoraide Bezerra, Ricardo Lucena e Antônio Creão, respectivamente).
Inicialmente cada um dos candidatos fez sua apresentação, com uma síntese biográfica e exposição dos principais itens das Cartas-Programas.
O moderador da mesa, representante do centro acadêmico (CA), o estudante de Medicina João Pedro Mariz, convidou Pablo Cartaxo, também estudante de Medicina e membro do CA, para expor a percepção do centro acadêmico sobre a UFPB e a atual campanha eleitoral. Cartaxo lembrou que o CA tem oito anos de história, e que na primeira eleição para reitor após sua fundação como centro acadêmico estudantil, este apoiou o candidato e atual reitor, o Prof. Rômulo Polari, enquanto na eleição seguinte, quatro anos atrás, o CA deu seu apoio à chapa do Prof. Lúcio Flávio, candidato da oposição naquele pleito. Afirmou ainda que o posicionamento do CA na atual campanha é de que não há projeto para melhorar a universidade em nenhum dos programas apresentados pelos candidatos, e que nenhum dos programas tem um diferencial importante e nada que possa fazer avançar em médio e longo prazos. Cartaxo finalizou seu discurso afirmando que o CA adota um posicionamento crítico em relação aos candidatos do atual pleito e perguntou, retoricamente, qual seria a candidatura “menos ruim” para a UFPB.
Isto posto, o moderador do debate anunciou que a próxima etapa do evento seria a apresentação de quatro perguntas feitas por estudantes do CA aos candidatos, que responderiam segundo ordem estabelecida em sorteio prévio, tendo dois minutos de tempo para resposta.
Inicialmente o aluno Arthur Cavalcanti, do oitavo período de graduação em medicina da UFPB, fez um questionamento na área de ensino, enfocando o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) como campo de práticas, e perguntou aos candidatos quais eram seus planos para melhorar este cenário importante de aprendizado para os estudantes de Medicina, não somente no HULW, mas também em relação aos estágios fora do hospital universitário.
A Profa. Margareth Diniz respondeu ponderando que Pablo Cartaxo, que fez o discurso inicial do CA sobre o atual pleito na UFPB, era muito pessimista. Continuou, afirmando que “a universidade tinha jeito”. O problema é que a reitoria atual havia abandonado o HULW, exemplificando com o fato de que os equipamentos de ressonância magnética ainda estavam encaixotados nos corredores do hospital porque a reitoria não tomava providências para montá-los. Mencionou também que o reitor não foi buscar emendas para o HULW, como ocorreu no caso de outros hospitais públicos. Quanto aos estágios, afirmou que os hospitais públicos estaduais e municipais de João Pessoa tem obrigação de dar prioridade aos alunos da universidade federal.
Em seguida, o Prof. Luiz Renato Pontes discordou de que o estudante era um pessimista, pois "ele é quem sente os problemas diretamente". Afirmou que, se eleito, criará uma “coordenação de egressos” da UFPB, como uma "ponte" para facilitar sua inserção no mercado de trabalho. Mencionou também que incentivará a abertura do HULW para estágios durante as férias escolares. Por fim, lembrou que o Programa Pró-Saúde devolveu ao governo quatro milhões de reais em virtude de problemas de gestão.
A Profa. Lúcia Guerra respondeu primeiramente considerando a fala anterior da Profa. Margareth, e assegurando que os equipamentos que estavam nos corredores do HULW eram do REHUF (Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais) e que, portanto, o próprio hospital era responsável por sua instalação. Afirmou que iria implantar atendimento de urgência e emergência no HULW que, como hospital-escola deveria comportar este tipo de serviço também. Considerou ainda que "não se poderia permitir o avanço de escolas privadas dentro do próprio HULW" (sic).
O Prof. Otávio Mendonça asseverou que o HULW, um patrimônio de toda sociedade paraibana, está em situação caótica. Disse que não se pode dissociar a questão do estágio do conceito de hospital universitário. É necessário que não haja revanchismo nesse caso, o reitor precisa ter firmeza e contribuir para a recuperação do HULW. "Primeiro é preciso valorizar o HULW como campo de práticas", disse o Prof. Otávio Mendonça. Este afirmou ainda que é preciso cuidar da inserção do egresso da UFPB no mercado de trabalho.
A segunda pergunta foi feita por André Vidal, estudante do oitavo período, que começou informando que entre os 177 professores que atuavam no curso de graduação em Medicina da UFPB, 55 eram especialistas, 52 mestres, 64 doutores e seis pós-doutores, mas que isso não se refletia nas cotas conseguidas no PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) e nos projetos do PIVIC (Programa Institucional de Voluntários de Iniciação Científica), e que os mais de 600 estudantes de medicina da UFPB praticamente não tinham oportunidade de participar de pesquisas científicas na universidade. André Vidal perguntou, então, como os candidatos pensavam em incentivar a participação dos estudantes de medicina em pesquisas científicas.
A Profa. Margareth Diniz iniciou sua resposta contestando a fala anterior da Profa. Lúcia Guerra sobre a implantação de um serviço de urgência e emergência no HULW, pois  hospitais universitários comportavam atendimentos de níveis secundário e terciário, e não  atendimento de urgência e emergência. Respondendo à pergunta do estudante André Vidal, a Profa. Margareth Diniz lembrou que a Paraíba era o único estado em que não havia mestrado em Medicina, e que a culpa não era dos professores da UFPB. Afirmou ainda que não apenas aumentará o número de bolsas de pesquisa, mas também equalizará o valor das bolsas destinadas a pesquisa com as de extensão e monitoria.
Em seguida, o Prof. Luiz Renato Pontes disse que é preciso incentivar o desenvolvimento de pesquisas na UFPB. Mencionou alguns avanços na área de nanotecnologia, que precisa, contudo, ter condições para ser implantada em instituições universitárias. Disse ainda que pretende desmembrar a PRPG (Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação) em duas pró-reitorias, uma para pesquisa e outra para pós-graduação. Prometeu ainda que incentivará mestres e doutores da UFPB a incrementarem sua produção científica, além de considerar também “um REUNI para a pós-graduação” (sic).
A Profa. Lúcia Guerra retomou a discussão sobre os níveis de atenção à saúde que deve proporcionar um hospital universitário, e que este deve ter média e alta complexidade sim, mas também poderá ter atendimento de urgência e emergência. Comentou o assunto dos valores das bolsas de pesquisa, extensão e monitoria, considerando que possuem diferentes valores monetários porque têm diferentes cargas horárias para os estudantes bolsistas. Afirmou que o HULW é um espaço privilegiado para pesquisa também e que é preciso ampliar a participação dos estudantes de Medicina no programa PIBIC/PIVIC. Disse ainda que é preciso incrementar a participação da UFPB em projetos do tipo DINTER (Doutorado Interinstitucional), aumentar a qualificação dos docentes e incentivar sua produção científica.
O Prof. Otávio Mendonça cedeu sua vez de resposta à candidata a vice na sua chapa, a Profa. Zoraide Bezerra, que comentou o fato que desde o tempo em que foi diretora do CCS (Centro de Ciências da Saúde), os estudantes de Medicina da UFPB queixavam-se de que não tinham oportunidade no PIBIC. Lembrou que criou, durante sua gestão como diretora do CCS, o doutorado de Ciências da Saúde, que foi interrompido posteriormente. Nesse momento, o moderador do debate, João Pedro Mariz, do CA, interrompeu a fala da Profa. Zoraide, argumentando que o candidato a reitor da chapa é que deveria responder às perguntas. A platéia protestou, gerando certo tumulto, e a professora continuou seu discurso, mas já concluindo, ao afirmar que a reitoria precisava ter uma boa relação com o Conselho Deliberativo do HULW.
A terceira pergunta foi feita pela estudante do CA Isabela Vieira, que questionou se haverá condições para cumprir o que determina o governo federal com respeito à duplicação do número de ingressos na UFPB, uma vez que já se anunciam cortes de verba para a educação. Perguntou, então, quais eram as propostas dos candidatos nesse âmbito.
A Profa. Margareth Diniz respondeu que o REUNI foi instituído com essa finalidade, o problema é que este programa foi mal implantado na UFPB. O REUNI proporcionou o aumento de 50 para 100 cursos de graduação, mas o que se deseja é qualidade, não apenas aumento na quantidade. Mencionou ainda que ao se consultar o portal da UFPB na internet, com respeito à prestação de contas, verifica-se que de cada dez estudantes que ingressavam na universidade, apenas quatro se graduavam. Por outro lado, para um estudante conseguir se cadastrar no restaurante universitário da UFPB não adiantava apresentar "atestado de pobreza", precisava demonstrar um “atestado de miséria”. Afirmou também que a UFPB não promovia assistência à saúde de seus alunos, professores e funcionários.
O Prof. Luiz Renato Pontes, por sua vez, afirmou que as construções do REUNI não atendiam aos princípios de sustentabilidade. Se eleito for, prometeu que proverá as salas de aula da UFPB com tecnologia da informação, e que o HULW terá salas de aula mais adequadas, além de promover uma melhor assistência estudantil. Asseverou que este último aspecto, a assistência estudantil, “passa longe” da atual gestão da UFPB, e que constatou isso principalmente nos campi do interior.
A Profa. Lúcia Guerra afirmou que o governo federal luta para não reduzir os investimentos na educação, e que o REUNI foi uma medida tomada nesse sentido nas universidades federais. Lembrou que na era FHC (Fernando Henrique Cardoso), não foi feito investimento algum nas universidades. Garantiu que o CCM (Centro de Ciências Médicas) é resultado desse investimento do REUNI, com quatro mil metros quadrados, laboratórios e salas de aula. Disse ainda que já se cogita a criação do REUNI 2.
O Prof. Otávio Mendonça afirmou que após ouvir os demais candidatos, lembrava que defendeu o REUNI no conselho universitário da UFPB. O problema, segundo ele, residia no fato de que o REUNI não estava sendo executado conforme o projeto aprovado no CONSUNI (Conselho Universitário da UFPB). Disse que havia falhas nas construções e que “algumas estavam caindo”. Assegurou que não queria culpabilizar o reitor atual, que estava, na realidade, sendo mal informado pelos seus assessores, e que “estes incompetentes deveriam ser colocados para fora”.
A pergunta seguinte foi feita pelo estudante Felipe Ximenes, também do CA, que enfocou a extensão universitária, a qual seria o “primo pobre” entre os pilares da universidade, ou seja, entre ensino, pesquisa e extensão. Perguntou, então, como “fugir” de editais temporários como o PROEXT (Programa de Extensão Universitária) e optar por programas de extensão definitivos.
A Profa. Margareth Diniz voltou a afirmar que promoverá a equivalência entre as bolsas de pesquisa, extensão e monitoria na graduação da UFPB. Com relação à extensão, comentou que a pró-reitora de extensão da UFPB da atual gestão “não contabilizou extensão”, embora esta também devesse contar (referindo-se à inclusão na matriz orçamentária), e que esta inclusão constituía uma reivindicação sua (da Profa. Margareth Diniz) há sete anos. Lembrou que a livraria universitária encontrava-se fechada há mais de um ano e que se eleita requererá sua reabertura, além de disponibilizar e-books e aprimorar o calendário de ensino, pesquisa e extensão da universidade.
O Prof. Luiz Renato Pontes afirmou que entende a extensão como um pilar fundamental da instituição universitária, alegando que criará um conselho de desenvolvimento na UFPB, que seria composto por representantes do governo estadual, municipal, organizações não-governamentais, sindicatos e estudantes, professores e servidores técnico-administrativos da UFPB. Afirmou que, se eleito, buscará aumentar o número de bolsas para extensão e fomentará a maior integração da universidade com a sociedade.
A Profa. Lúcia Guerra também destacou a importância da extensão na formação universitária. Afirmou que o CCM, com a flexibilização curricular do curso de medicina, contribuiu para o avanço da extensão na UFPB. Disse ainda que a extensão tem que incluir necessariamente a participação popular e contribuir para a inserção do graduado da UFPB no mercado de trabalho. Prosseguiu afirmando que a UFPB precisa consolidar os programas de extensão já existentes. Em relação ao que foi dito pela Profa. Margareth Diniz anteriormente, afirmou que inclusão da extensão na matriz orçamentária foi uma medida impulsionada pelo fórum de pró-reitores de universidades federais, da qual ela (a Profa. Lúcia Guerra) fazia parte. Afirmou ainda que a questão da inclusão da extensão na matriz orçamentária era decidida pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura).
O Prof. Otávio Mendonça afirmou que os discursos sobre extensão universitária ainda estavam sendo proferidos de acordo com a Reforma Universitária de 1968, quando o governo não queria que a influência da universidade chegasse a todos os rincões da sociedade. Disse ainda que os estudantes estavam dentro dos muros da universidade, quando deveriam estar nas comunidades carentes de municípios pobres da Paraíba.
Encerrou-se esta etapa do debate e passou-se à última fase, com realização de sorteio de perguntas feitas pela platéia, na proporção de três estudantes para um professor e um funcionário, considerando-se apenas os papéis em que figurasse a autoria da pergunta. 
As cinco perguntas foram feitas sucessivamente e respondidas pelos quatro candidatos apenas ao final de todos os questionamentos, com 10 minutos para cada resposta. 
A primeira pergunta foi feita pela Profa. Maria Alves de Azerêdo, professora Departamento de Metodologia da Educação (Centro de Educação, UFPB), que afirmou querer ouvir os candidatos sobre a relação da reitoria com os vários níveis da administração universitária pois, segundo ela, havia uma visão geral de que o “reitor era o rei”. Questionou, então,  qual seria a função do diretor de centro dentro dessa lógica do reitor como “rei”.
Em seguida, um servidor técnico administrativo que não identificou o centro no qual estava lotado, o Sr. Bento Xavier, iniciou sua participação alegando que muitos professores da área da saúde encaravam a universidade como um “cabide de empregos”, dedicando-se mais à sua clínica privada. Disse ainda que muitas das funções administrativas da UFPB eram desempenhadas por professores, embora existissem servidores mais capacitados, inclusive com pós-graduação, classificando isso como “corporativismo”. O referido servidor técnico-administrativo continuou declarando que os recursos para pesquisa provinham de agências de fomento do governo federal, mas eram aplicados em projetos propostos por professores através de critérios "pré-determinados", em uma espécie de “arrumadinho” (sic).
Depois, o estudante Anderson Luiz, do terceiro período do curso de Engenharia de Materiais da UFPB, perguntou qual era o papel do Conselho Deliberativo do HULW.
Posteriormente, o médico residente de Psiquiatria do HULW, José Brasileiro, iniciou sua intervenção declarando que o HULW "presta serviços de alta, média e baixa complexidade", e encontra-se atualmente em uma situação crítica, caótica mesmo, com falta de materiais básicos de consumo. Ele continuou afirmando que a terceirização do HULW consumia mais de 75% do que o hospital recebia. Afinal, fez sua pergunta: qual era a proposta dos candidatos para resolver os problemas do HULW? Não terminou ainda, e disse que o sétimo andar do hospital não funcionava e que faltavam estrutura e materiais naquele andar.
A última participação foi a do estudante Normando Guedes Pereira, do sétimo período do curso de medicina, que enfocou a precariedade da residência estudantil e do restaurante universitário da UFPB, contestando uma declaração da candidata da Chapa 5 no debate ocorrido em outro campus, de que a assistência estudantil prestada pela UFPB era modelo.
As ordem das respostas dos candidatos também foi definida por sorteio. 
O Prof. Otávio Mendonça iniciou sua resposta afirmando que há que existir uma boa relação entre a reitoria e todos os órgãos da UFPB. Contestou a declaração do funcionário técnico-administrativo, opinando sobre a sua fala de que o professor da área da saúde dedicaria grande parte do tempo ao próprio consultório, alegando que “ái de nós” se não fossem esses profissionais lá fora nos serviços privados de saúde, uma vez que a assistência prestada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) não cumpria suas funções. Afirmou ainda que o professor teria que cumprir sua carga horária na UFPB, mas depois das 17h00 poderia atender à população fora da universidade. Contestou que esse era um discurso ultrapassado, e que nem Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) nem o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) o usam mais... “O governo manda recursos para atendimento dos servidores, mas onde estão esses recursos?...” perguntou.
Prosseguindo, o Prof. Otávio Mendonça disse que iria mandar um recado ao reitor Rômulo Polari através da candidata da Chapa 5, a Profa. Lúcia Guerra: “Vá olhar as obras!” [...] “... e verá que no lugar de um laboratório estão construindo uma pracinha...”.
O Prof. Otávio Mendonça continuou declarando que nos jornais de circulação nacional só se vê miséria na Paraíba, que esta perde para o estado do Piauí em termos de investimentos, e isso ocorre em parte porque a universidade não cumpre o seu papel, dando lugar a revanchismo e  discursos ultrapassados. O referido candidato declarou, então, que criará empresas-júnior, que só deixariam o egresso da UFPB quando este estivesse inserido no mercado de trabalho.
O Prof. Otávio finalizou sua participação opinando sobre  a precariedade do restaurante universitário, onde se podiam ver “dois, três estudantes comendo no mesmo prato”. Disse ainda que “estudantes de Bananeiras não podem tomar banho antes de ir a uma aula por falta de água no campus”.
Em seguida, o Prof. Luiz Renato Pontes disse que “o reitor não pode administrar apenas de dentro da reitoria”. Continuou afirmando que o primeiro a se fazer é instalar a estatuinte (novo Estatuto e Regimento da Universidade). Afirmou também que abrirá um canal de comunicação com a comunidade universitária através de uma gestão itinerante, pois a reitoria visitará os centros e não ficará apenas discutindo com seus assessores no gabinete. O Prof. Luiz Renato opinou que o reitor deveria reservar um dia por semana na sua agenda para atendimento interno, evitando dificuldades de acesso do público da própria comunidade da UFPB à administração central. Afirmou ainda que o reitor necessitava fiscalizar seus assessores. Quanto à questão da pesquisa, o candidato afirmou que há dificuldades na elaboração e execução de projetos pelos professores, e quando foi pró-reitor, em uma gestão passada na UFPB, conseguiu convênios com universidades de outros países.
Quanto ao Conselho Deliberativo do HULW, disse que este teria que ser pró-ativo e que o reitor deveria atuar conjuntamente com esse conselho. Em relação às terceirizações, posicionou-se contra e afirmou que era necessário fazer contratações permanentes. Sobre as supostas irregularidades apontadas pela reitoria em relação à administração do HULW (processo administrativo disciplinar sobre contratação de terceirizados no hospital), o Prof. Luiz Renato Pontes questionou o fato de que se houve constatação de tais irregularidades – lembrou que este fato foi mencionado pela candidata Lúcia Guerra em outro debate entre os reitoráveis -, “como não tomou nenhuma providência?”... Questionou também o fato de o reitor, o Prof. Marco Antônio (diretor do CCM) e a Profa. Margareth não terem participado do “abraço simbólico” ao HULW, promovido pelos estudantes da área de saúde em novembro de 2011 [ver postagens sobre esse tema neste blog nos seguintes links: http://semiologiamedica.blogspot.com.br/2011/11/manifestacao-pelo-hospital.html%20/ e http://semiologiamedica.blogspot.com.br/2011/11/relato-informativo-da-audiencia-publica.html], mas completou que a Profa. Tereza Tavares (vice-diretora do CCM) estava presente naquela ocasião. Reiterou a importância do HULW e o risco associado à entrega da administração do hospital à empresa (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH - para administrar os hospitais universitários federais) e que isso poderia criar precedentes, uma vez que “podem querer fazer o mesmo com a UFPB”. Finalizou afirmando que “às vezes penso que a má gestão do HU é intencional, para facilitar a entrada dessa empresa”.
A seguir, tomou a palavra a Profa. Lúcia Guerra, e pediu que seu vice (Prof. Antônio Creão) fizesse suas considerações naquele momento final do debate, e em seguida, passou a responder os questionamentos postos. Inicialmente afirmou que “a UFPB precisa se modernizar”, e que “nossa organização é fruto da Constituição Cidadã de 1988” e, sendo assim, o modelo já era bastante democrático; o que deveria ser feito era fortalecê-lo e rever procedimentos acadêmicos e administrativos. Quanto ao questionamento do servidor apresentado anteriormente pelo funcionário técnico-administrativo, a candidata afirmou que “ele está cada vez mais qualificado”, e que na PRAC (Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários) sempre havia um técnico ocupando cargos e que havia vários projetos de extensão coordenados por funcionários. Afirmou ainda que todos eram servidores, tanto os docentes quanto os funcionários técnico-administrativos.
Quanto à assistência estudantil, a Profa. Lúcia Guerra afirmou que a UFPB era "reconhecida nacionalmente como exemplo", mesmo antes do PNAES (Plano Nacional de Assistência Estudantil), e que a UFPB ajudou na elaboração dos itens desse programa. Propôs, entretanto, que “precisamos identificar problemas e, à luz desse diagnóstico, criar apoio ao estudante”.
Prosseguindo, a Profa. Lúcia comentou que o HULW é um órgão suplementar da reitoria, mas que na atual administração possui autonomia, e o que ocorria nesse hospital era responsabilidade de sua própria gestão. Continuou afirmando que “isso não impede que a reitoria contribua”, acrescentando que “não é a reitoria que vai colocar para funcionar os equipamentos do HU, isso depende do conselho deliberativo do hospital”.
A Profa. Lúcia disse, então, que sua proposta era consolidar os avanços, mas reconhecendo pontos fundamentais com suficiente auto-crítica. Finalizou seu discurso afirmando que a carta-programa de sua chapa foi discutida com todos os segmentos da UFPB.
Completando essa segunda etapa de respostas aos questionamentos, cuja ordem de participação foi determinada por sorteio, a Profa. Margareth Diniz disse que “a administração da UFPB é lamentável e caótica”. Prosseguiu dizendo que o CCM já deveria estar pronto há quatro anos e que o “Elefante Branco” (bloco de salas e laboratórios do Centro de Ciências da Saúde) também não funcionava há quatro anos, e que isso era uma "vergonha".
A Profa. Margareth prosseguiu, referindo-se à opinião expressa pelo servidor técnico-administrativo emitida anteriormente, de que os professores da área da saúde "não trabalhavam", contestando que “aqui nós trabalhamos, fazemos pesquisa e somos referência”. Nesse sentido, a Profa. Margareth Diniz lembrou que a reportagem apresentada recentemente em mídia televisiva nacional sobre uma planta que fora objeto de pesquisas de sua equipe (matéria do Globo Repórter em 25/02/2012), não foi noticiada no portal da UFPB, sequer foi mencionada "em uma única linha", embora ela (a Profa. Margareth) tenha recebido mais de 500 e-mails de todo o Brasil sobre a repercussão positiva da referida reportagem.
Sobre o papel do Conselho Deliberativo do HULW, a Profa. Margareth Diniz respondeu que uma de suas atribuições atualmente era a de “receber documentos do reitor determinando demitir 71 servidores”, sem, no entanto, prever quais os serviços do hospital iriam fechar. Afirmou ainda que o diretor superintendente do HULW (Prof. João Batista da Silva) não divulgara que havia recebido “uma dívida de três milhões de reais”.
Quanto ao sétimo andar do HULW (mencionado na pergunta do médico residente), comentou que “basta dizer que o elevador do hospital só sobe até o sexto andar” [...] “não tem nada lá dentro”, e que os equipamentos pedidos não foram enviados para o funcionamento desse setor.
Concluindo, a Profa. Margareth Diniz afirmou que “na nossa gestão, seremos todos nós”, e assegurou ainda que “docentes terão melhores condições de ensino, pesquisa e extensão, servidores terão capacitação e que serão criados mestrados profissionalizantes, e quanto aos estudantes, “vamos fazer valer o PNAES”. Completou dizendo “votem no 1 e terão orgulho da UFPB”.
A última fala do debate coube ao candidato a vice na Chapa 1, o Prof. Eduardo Rabenhorst, que agradeceu a todos e disse que esperava poder dar sua contribuição jurídica como vice-reitor na estatuinte e opinou que a ouvidoria da UFPB deveria ser reativada.