9 de agosto de 2013

Debate Eleitoral com os Candidatos à Direção do CCM/UFPB

Hoje, entre 10h00 e 12h10, ocorreu um debate entre os candidatos das três chapas que estão concorrendo no pleito da diretoria do Centro de Ciências Médicas (CCM) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB): Chapa 1 (Professores Eduardo Sérgio Soares Sousa e Eutília Andrade Medeiros Freire), Chapa 2 (Professores Jacicarlos Lima de Alencar e Tereza Helena Tavares Maurício) e Chapa 3 (Professores Otacílio Figueiredo da Silva Júnior e Rosalvo Zózimo Bispo Júnior).
O Prof. Alexandre Medeiros de Figueiredo foi o moderador do debate e, inicialmente, compôs a mesa com os candidatos das três chapas e apresentou as regras da discussão: no primeiro tempo, haveria a auto-apresentação dos candidatos, como uma forma de interlocução inicial, com cinco minutos para cada chapa,  em ordem decidida previamente por sorteio; o segundo tempo seria destinado à formulação de perguntas pela plateia, com três a cinco perguntas de um minuto cada, que seria seguida pelas respostas dos candidatos, que teriam nove minutos por chapa para se manifestarem.
O Prof. Alexandre desejou sorte aos candidatos e disse esperar que aquele fosse um debate de ideias e não de ofensas pessoais.
O Prof. Eduardo Sérgio apresentou sua chapa inicialmente, como fora decidido por sorteio. Apresentou-se como Professor do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia e apresentou a candidata à vice-diretora na sua chapa, a Profa. Eutília Freire. Afirmou, então, que estavam imbuídos das melhores ideias para melhoria do ensino no CCM ao se proporem a fazer a gestão do CCM entre 2013 e 2017. Declarou que sua ideia inicialmente era fazer um trabalho diferente, que poderia até parecer um sonho, e este consistia em que os alunos, professores e funcionários pudessem apresentar suas demandas, para que então fosse construída uma "plataforma de ação", a qual seria cumprida por qualquer das chapas que fosse eleita no pleito. Disse que o objetivo era gerir o centro para todos os segmentos, tanto para alunos, quanto para professores e funcionários. Prometeu que, caso sua chapa ganhasse a seleção (como preferiu chamar esse processo de escolha), os três segmentos seriam convocados para rediscutir os planos, não apenas o de sua chapa, mas os das demais também, caso os outros candidatos não se opusessem. Então seria decidido o que fazer no ensino, na pesquisa e na extensão, que eram os pilares da universidade, em curto, médio e longo prazos. Continuou dizendo que seria necessário fazer um diagnóstico, um mapeamento... mas que em cinco minutos não seria possível apresentar todo o seu Plano de Trabalho, porém este já fora distribuído na forma impressa previamente.
Passou, então, a palavra à Profa. Eutília Freire, que se apresentou como professora do Departamento de Medicina Interna, e disse ser premente contribuir para a revisão da reforma curricular do curso, e que na área de pesquisa também era importante a colaboração interdepartamental e intercentro, além da aglutinação da atenção terciária com a urgência e a emergência, para que "se pudesse vivenciar a realidade do médico no CCM".
Em seguida, o Prof. Jacicarlos Alencar apresentou-se como professor do Departamento de Medicina Interna, no qual lecionava os módulos de Medicina Legal e sete dos módulos horizontais de Psicologia Médica. Declarou possuir excelente formação científica, com duas graduações e cinco pós-graduações (residência médica e pós-graduações em Farmacologia). Afirmou que mudou de área ao perceber os rumos que a academia tomava, e quando se dava aquele tipo de rumo, ele entrevia um processo de "morte". Confessou que era movido a sonhos, "os sonhos dos heróis", citando o compositor e cantor Renato Russo. Declarou, então, que possuía os princípios da honestidade, transparência e respeito às pessoas. Disse que Medicina não era técnica, mas sim, ajuda às pessoas. Afirmou que não estava sozinho nisso [referindo-se ao produtivismo acadêmico], citando Maurício Rossi-e-Silva, em um editorial da Revista Clinics, em que "detonou" a classificação Qualis da Capes. Relacionou este artigo ao que via acontecer em uma revista da própria UFPB que, embora fosse recém-criada, já possuía um alto fator de impacto. Seguiu dizendo que a Medicina estava sendo atacada, inclusive aqui na UFPB, onde surgiram 26 vagas ociosas no curso de Medicina. Considerou que isso era estranho, levando-se em conta que "uma vaga de medicina no mercado paralelo custava 30 mil reais". Continuando, afirmou que sempre tratara da mesma maneira professores, alunos e funcionários, e por isso mesmo era contra a proporcionalidade que seria adotada no processo eletivo no CCM, de 70:15:15, para professores, funcionários e alunos, respectivamente. Declarou ainda que foi chefe do Departamento de Medicina Interna (DMI) e que sabe que muitos consideravam que ele havia sido demasiado liberal nessa gestão, contudo disse que o  DMI cresceu durante sua administração e que vários de seus membros tomaram assento em órgãos da instituição, como o Consepe e o Consuni. Finalizou sua fala inicial, afirmando que "não seria candidato para dar ordens a ninguém, mas para dar liberdade a todos para que pudessem trabalhar em paz".
A seguir, o Prof. Otacílio Figueiredo apresentou-se como professor do Departamento de Cirurgia, médico formado pela UFPB, e que fez residência em Cirurgia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Mestrado e Doutorado na Escola Paulista de Medicina e Pós-Doutorado na França. Afirmou que sua chapa fora homologada apenas na noite anterior e que ficara surpreso com as dificuldades que enfrentara para poder entrar em uma pretensa "disputa sadia". Ponderou que quem ganhar deveria pensar na união. Disse que não era fácil concorrer de igual para igual e que esperava que houvesse mais união nas próximas eleições. Declarou, então, que não estava concorrendo ao pleito para competir por cargo, e que seu nome fora decidido no próprio departamento onde estava lotado. Lembrou que convive com problemas de ordem administrativa por anos e anos, e como coordenador do internato de cirurgia, ficara muitas vezes pedindo a um e a outro professor do seu departamento para dar aulas aos internos, mas só "levava bordoadas". Ponderou, em seguida, que recentemente seu departamento fora melhorando lentamente, principalmente durante a última gestão, e que nos últimos tempos os próprios internos avaliaram o Departamento de Cirurgia (DC) como o segundo melhor do centro, quando já havia sido considerado o pior de todos. Disse que queria passar essa experiência exitosa do DC para o centro. Reafirmou que não deveria haver briga e sim união. Prometeu que se ganhasse a eleição, no dia seguinte pediria ajuda aos professores Jacicarlos e Eduardo Sérgio. Passou, então, a palavra para seu vice, Zózimo Bispo, que se apresentou como professor de Ortopedia do DC, e afirmou que possuía mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo.
O Prof. Alexandre Medeiros solicitou aos candidatos das três chapas respeito ao tempo destinado a cada um, abrindo a segunda parte do debate e encaminhando a inscrição dos componentes da plateia para formulação de perguntas aos candidatos.
A Profa. Virgínia Lucena (DMI) disse que sua questão era "contemplativa", pois se preocupava com aquele esvaziamento do auditório e instava à comissão eleitoral para que usasse estratégias no dia da eleição com o objetivo de que as pessoas comparecessem para votar. Continuou afirmando que era impossível fomentar a dialogicidade quando as pessoas não compareciam ao debate.
O aluno Thiago Farias, do sexto período, pontuou que a produção científica do CCM era fraca, mas que nos últimos tempos passara ao status de decadente. Afirmou que queria ver uma melhor estruturação, que os professores estimulassem a produção científica e ajudassem os alunos, e que os trabalhos de conclusão de curso (TCC) passassem a ser melhor organizados.
O aluno Luiz Benício, do nono período, declarou que no TCC feito pelo ex-aluno Orlando Domingues, que se graduara recentemente, ficou evidenciado que até o rodízio do internato melhor avaliado pelos próprios internos, apresentava deficiências. Afirmou, como interno, que havia falhas nas unidade básicas de saúde e também no hospital universitário. Terminou perguntando o que os candidatos achavam do OSCE (Avaliação Clínica Estruturada Objetiva) e se a forma como estava sendo realizada no CCM estava correta.
Por sorteio prévio, o primeiro a responder às três primeiras perguntas seria o candidato da Chapa 2. O Prof. Jacicarlos disse que acreditava nas pessoas, e que era preciso considerar que essa questão da não participação das discussões importantes fazia parte delas. Afirmou que era professor em regime de dedicação exclusiva, que não tinha nenhum outro trabalho fora da universidade, e que se tudo ruísse ali, teria ele que procurar outra coisa. Quanto à pesquisa e a pós-graduação, disse que considerava haver um problema na formação dos grupos e que a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPG) sempre levava em conta o que era Qualis A. Disse que "ou a  gente começava de baixo mesmo ou nunca teria uma pós-graduação". Em relação ao internato, opinou que era necessário cobrar da instituição. Quanto ao OSCE, disse que, de forma geral, era contra avaliações, e que era preciso investir na formação do aluno.
Foi, então, a vez da resposta da Chapa 3. O Prof. Otacílio falou que compartilhava da preocupação expressa pela Profa. Virgínia Lucena e lembrou que antes, no Departamento de Cirurgia, o comparecimento de professores às reuniões departamentais era muito baixo, mas atualmente todos comparecem, porque passaram a ser estimulados a isso. Assegurou que todos os professores também comparecem à reunião científica do internato porque esta foi designada como prioridade pela chefia do DC.
Na vez da Chapa 1, o Prof. Eduardo disse que tanto professores, quando alunos e funcionários, costumam participar apenas se forem obrigados, e asseverou que o estímulo deveria ser dado pelo exemplo, e que a motivação é fundamental. Referiu também que deveria ser assim também quanto à produção científica, ou seja, deveria haver o exemplo e a motivação, e assegurou que "quando você não é exemplo não pode mobilizar". Completou afirmando que a palavra que cabe nesse problema não é a palavra "cobrar" e que a "política de resultados" deveria ser seguida. Mencionou o exemplo do Programa Jovens Talentos para a Ciência, em que houve 48 alunos de Medicina aprovados pela UFPB, mas só havia seis professores do CCM aptos a orientá-los este ano. Finalizou dizendo que era preciso valorizar o TCC, e depois que o aluno pudesse converter este em um projeto de Mestrado.
Começou então a segunda rodada de perguntas feitas pelo público presente. A Profa. Rilva Muñoz perguntou por que ainda não fora criada a revista científica do CCM, um item que estava presente em planos de trabalho de duas das chapas do atual pleito eleitoral. Lembrou que perguntara ao Prof. Marco Antônio, diretor atual do centro, sobre esta ideia, e ele respondeu que este assunto havia sido ventilado em reunião de colegiado do centro, porém, lembra a professora, que terminou esta gestão e a revista não foi criada. Então perguntou que medidas concretas iriam ser tomadas pelos candidatos, caso eleitos, para viabilizar esta ideia.
Luiz Vieira, aluno do sétimo período, questionou a segurança do CCM, mencionando o roubo de equipamentos (data-show, computador) que ocorrera recentemente. 
O Prof. Arlindo Carvalho, chefe do Departamento de Cirurgia, lembrou que "geralmente estamos esbarrando no problema dos campos de prática", e comentou ainda que a empresa que virá administrar o hospital universitário era uma solução duvidosa e que fora aprovada sem debate prévio com a comunidade universitária.
Respondendo às últimas questões, o Prof. Otacílio Figueiredo articulou que o problema da área científica (e da criação da revista) e o dos campos de prática eram semelhantes, no sentido de em que eram os dois principais problemas do CCM, explicando que o problema da deficiência dos cenários de prática era o primeiro e o da deficiência na área científica ocupava o segundo lugar. Quanto à parte dos campos de prática, afirmou que não se podia conceber que um hospital gigantesco como o hospital universitário (HU) tivesse tantas deficiências no provimento de espaços para práticas. Alegou que isso passava também pela questão do empenho pessoal de cada um, e que era necessário "juntar as cabeças para encontrar soluções". Nesse sentido, disse também que não se concebia o fato de que havia nas enfermarias do HU aparelhos de TV de tela plana e leitos ultramodernos, enquanto ao mesmo tempo faltavam hemograma e medicamentos. Repetiu que estava faltando empenho por parte do CCM para conseguir um melhor funcionamento do HU. Quando à empresa que virá gerir o HU, afirmou que se trata de uma incógnita ainda e acrescentou que "pior do que está não pode ficar". Quanto à revista, emitiu a opinião de que havia muita gente com capacidade para publicar no CCM, mas não havia estímulo. Prosseguiu afirmando que, se eleito, o primeiro ato que iria executar nesse sentido seria criar um setor que proporcionasse total apoio e estímulo aos alunos e professores para desenvolvimento de pesquisas, e que haveria um estaticista à disposição para as análises dos dados dos trabalhos de investigação científica. Disse que naquele momento faria uma crítica construtiva ao Prof. Marco Antônio, no sentido de que faltou estímulo na parte científica em sua gestão. Completou dizendo que não adiantava ter inaugurado aquele edifício novo para o CCM, enquanto a parte de campos de práticas para os alunos estava tão deficitária. Repetiu que a solução era a união de todos, sem brigas, em prol de um CCM melhor.
O candidato a vice na Chapa 3, Prof. Zózimo, também se manifestou, dizendo que no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), onde ele trabalhou por quase quatro anos, havia a Revista Saúde  e Ciência, que era vinculada ao centro. Completou dizendo que seria preciso criar a revista do CCM e montar uma equipe editorial bastante atuante e tentar conseguir, aos poucos, uma boa classificação na Qualis da Capes.
O Prof. Eduardo novamente mencionou a motivação e o exemplo. Quanto aos campos de prática, lembrou que era preciso propiciar atendimentos ambulatoriais adequados e, que nesse sentido, era necessário ter cuidado ao se falar em assistência porque a visão pode se tornar hospitalocêntrica e "médico-centrada", excluindo-se a interação com os demais profissionais da saúde. Prosseguiu dizendo que falar sobre o HU era importante, mas outros campos de prática também eram essenciais à formação médica. Ressaltou que não estava querendo esconder os problemas do HU, mas ultimamente ocorrera uma série de questões que também eram de ordem política em relação ao HU. Afirmou que o fechamento do bloco cirúrgico, tendo como motivo a inexistência de sala de recuperação e de anestesista neste, era um fato que provavelmente tivera influência política. Enfatizou que não estava querendo ser contra as normas, mas era importante lembrar que na cidade de João Pessoa apenas um hospital possuía sala de recuperação anestésica, e questionou por que os demais hospitais também não tiveram seus blocos cirúrgicos fechados por esta razão. Comentou que para a reabertura do bloco cirúrgico do HU, foi necessário que alguns anestesistas fossem deslocados para a sala de recuperação, reduzindo-se assim, de forma negativa, o número de cirurgias eletivas. Prosseguiu questionando se falar sobre todos esses problemas do HU não seria como abrir a "Caixa de Pandora".  Opinou que cada professor dos departamentos deveria contribuir para minimizar os problemas do hospital. Sobre a questão científica, disse que havia muitos problemas na submissão de projetos de pesquisa atualmente para obter o parecer ético e que o CCM deveria passar a contar com um comitê de ética em pesquisa também. Voltando ao tema do HU, disse que era fundamental discutir, não apenas em relação aos funcionários (médicos e outros profissionais da saúde), mas também a relação do CCM e do Centro de Ciências da Saúde (CCS) com o hospital. Disse que gostaria de ver professores motivados, exemplificando com um fato observado por ele no bloco cirúrgico na semana anterior, quando uma professora de enfermagem pedira que um aluno deste curso pudesse participar da instrumentação de uma cirurgia, mas ressalvou que esta deveria ser uma participação não apenas esporádica, quando houvesse necessidade para o ensino, e que essa professora deveria estar lá no bloco semanalmente, assim como ele mesmo estava.
A Profa. Eutília enfatizou que a revista era como uma "menina do olhos" na proposta para a gestão de sua chapa, afirmando que ter esse periódico científico era necessário também para melhorar a pontuação do Currículo Lattes dos professores do CCM, para que, assim, pudessem concorrer às cotas do programa de iniciação científica.
O Prof. Jacicarlos afirmou que chegou a participar da discussão sobre a revista do CCBS da UFCG. Lembrou, nesse ponto, que se colocava como o "candidato ideal" naquele pleito, pois conseguia transitar em vários âmbitos e entre todos os professores. Informou que o CCM possuía até um funcionário que tinha a função de editor, o Sr. Alex. Enfatizou ainda que não seria ele, se eleito diretor, que iria organizar a revista, seriam as pessoas que faziam parte do centro. Comentou o fato de que fora expulso de um colegiado de pós-graduação do qual participava por não concordar com as políticas científicas vigentes e fora obrigado a passar suas orientações em andamento para outros professores do programa, sendo excluído até das publicações relacionadas aos pós-graduandos que orientava. Declarou que a política daquele programa era voltada prioritariamente a manter o conceito 5 na Capes. Completou que se era para "fazer de conta", não participaria de nenhuma ação daquela natureza. Disse que foi essa uma das razões por que saíra da área de Farmácia e migrara para a de Psicanálise. Indicou ainda que era primordial olhar para o paciente e não vê-lo apenas como uma possível fonte de publicação científica. A respeito da questão da segurança no CCM em relação aos equipamentos audiovisuais, afirmou que ele não esperava que um funcionário trouxesse o data-show para ministrar uma aula, porque "esse patrimônio é nosso, se é público é nosso". Continuou dizendo que se o professor não quisesse fazer isso, que pelo menos avisasse ao funcionário quando terminasse sua aula, para que medidas de segurança fossem tomadas em relação aos equipamentos usados. Lembrou que ele mesmo, enquanto chefe do DMI, fazia manutenção periódica nos computadores do setor, com revisão com anti-vírus. Declarou também que defendia que o HU deveria ser "academia pura", e que se não existe um setor de urgências, precisa passar a ter, para que os alunos não tenham que sair em massa para outros serviços para cumprir esta área de sua formação.
A Profa. Tereza afirmou que tinha 15 funcionários presentes no auditório naquele debate e considerou que era um desrespeito a eles que a contagem dos votos fosse na proporção de 15 para essa categoria, assim como era injusto que esta fosse a proporção dos votos dos alunos, que, afinal, são os principais atores do processo. Ponderou que se os outros candidatos concordavam com essa questão, perguntou por que não se revertia este modo de paridade a ser adotado naquela pleito. Lembrou que esta era a segunda vez que ocorria o mesmo problema no CCM. Alegou que o centro funcionava com as três categorias. Disse que respeitava cada funcionário do CCM e os conhecia pelo nome. Completou sua fala afirmando que o CCM fora parceiro do HU, colocando recursos do PDI (Programa de Desenvolvimento Institucional), que eram do centro, para a compra e melhoramento de recursos do HU, embora a diretoria do CCM tivesse sido desrespeitada ao não ser convidada para participar de reuniões administrativas e deliberativas do hospital.
Naquele momento, Mathews, funcionário da informática do CCM, avisou que havia um carro bloqueando a saída do estacionamento do centro. O Prof. Alexandre Medeiros aproveitou a oportunidade e lembrou, então, que o estacionamento também constituía um problema e que deveria haver uma proposta para organizá-lo melhor.
Passou-se, então, para a terceira fase de formulação de perguntas pelo público presente. Laíse Maia, estudante do Centro Acadêmico do curso de Medicina, enfatizou que o horário do debate fora marcado em um momento em que estudantes e professores estavam em sala de aula. Mencionou, então, problemas que deveriam ser discutidos, como os relacionados ao HU, os cenários de prática fora do HU, o funcionamento da biblioteca apenas até as 17h00 e o surgimento recente das vagas ociosas do PSTV (Programa Seletivo para Transferência Escolar Voluntária).
João Pedro Mariz, também aluno e membro do Centro Acadêmico, mencionou igualmente o grande e repentino surgimento de vagas para o PSTV, e voltou a mencionar o problema do HU como cenário de prática, pontuando um fato observado nas enfermarias de que os pacientes internados chegavam a "fingir que estavam dormindo" porque já não aguentavam mais serem importunados por tantas solicitações de alunos aprendizes. Concluiu perguntando que propostas os candidatos tinham para sanar estes problemas.
A Profa. Virgínia Lucena voltou a se inscrever, mas afirmou que seu questionamento havia sido tocado en passant por Laíse Maia anteriormente, sobre o suporte aos alunos, tanto pela biblioteca quanto nos demais setores do CCM. Informou que via cotidianamente estudantes sentarem-se no chão do terceiro andar do prédio, ocupando uma sala do ambiente dos professores que estava aberta, mas sem nenhuma cadeira. Terminou questionando por que as outras bibliotecas setoriais e a biblioteca central da UFPB permaneciam abertas após as 17h00, mas o mesmo não ocorria na do CCM, e que aos sábados, aquelas bibliotecas de outros centros abriam entre as 7h00 e o meio dia, o que também não acontecia no CCM.
A funcionária Iolanda Tavares perguntou como os candidatos viam a paridade 70:15:15, já comentada anteriormente.
A funcionária Gláucia Paes reforçou a pergunta de Iolanda e garantiu que  essa paridade a ser adotada feria o princípio da isonomia e perguntou "por que os votos dos alunos valiam menos se estamos aqui para servi-los..." Concluiu informando que a biblioteca tem horários restritos em relação às demais bibliotecas setoriais porque faltavam funcionários no CCM, e que servidores já foram solicitados à reitoria mas estes não foram cedidos ao centro.
O Prof. Eduardo declarou que estava sendo "uma experiência boa ouvir as pessoas" e voltou a mencionar a plataforma de demandas da comunidade do CCM, anteriormente mencionada neste debate. Afirmou então que também não concordava com a paridade 70:15:15, mas que esta era resultante da aplicação da legislação vigente. Informou que foi ele quem fez o documento à comissão eleitoral pedindo informações de qual seria a proporcionalidade adotada na contagem dos votos, mas não fora nada uma atitude de natureza judicial nem mediada por advogados. Informou que depois de receber seu pedido de esclarecimento, a comissão eleitoral consultara a procuradoria jurídica da universidade, que respondeu através de um documento a determinação de que todos os processos eleitorais da instituição deveriam obrigatoriamente ter a referida paridade. Comentou então que a prova de que respeitava a igualdade de alunos, professores e funcionários era a sua história pessoal e acadêmica, a história de cada um é que deveria ser considerada, disse ele, e que é melhor ver o percurso de cada um, observando a sua história na universidade.
A Profa. Eutília afirmou que era necessário que houvesse maior assistência estudantil por parte do CCM, que deixou que o Centro Acadêmico estudantil ficasse em confronto direto com a reitoria. Informou que fora lá no bloco de Anatomia e vira in loco a situação das peças anatômicas, e completou dizendo que, como centro novo, "estava na hora de tomar para nós esta responsabilidade". Quanto à biblioteca, entendia que os funcionários não podiam ficar 12 horas em serviço para manter o funcionamento integral durante o expediente, e seria preciso equacionar este problema. Completou afirmando que apoiava uma política de resultados, sem impor nada a ninguém, mas era preciso, sim, sentar e dialogar. Finalizou dizendo que toda sua carreira demonstrava essa postura.
O Prof. Eduardo disse que embora houvesse poucas pessoas ali, acreditava que quando se fazia uma convocação importante, as pessoas compareciam. Afirmou então sobre a criação da revista do CCM, que era importante para que as pessoas do centro publicassem, mas teria que haver a participação de outras universidades, constituir-se um bom corpo editorial, com professores de fora e aceitando publicações de outros autores externos também, para que a revista não se tornasse "endógena".
O Prof. Jacicarlos declarou que havia sugerido que as aulas fossem suspensas para que professores e alunos pudessem comparecer ao debate. Afirmou que muitos professores tinham a ideia de que se liberassem os estudantes para o debate, eles mesmo assim não viriam. Ressalvou, no entanto, que era preciso "acreditar no aluno". Nesse sentido, disse que em geral os alunos não eram respeitados em seus direitos, como ocorria, por exemplo, na realização de atividades de monitoria durante o horário de almoço. Informou, então, que vinha proporcionando suporte psicológico aos estudantes, e que considerava que o sofrimento emocional do aluno repercutiria no seu futuro profissional, quando tivesse que enfrentar, por exemplo, a pressão dos prefeitos de cidades do interior. Afirmou que o regime do totalitarismo não funcionava, tampouco funcionava o terrorismo, citando problemas que ocorreram na França em virtude deste tipo de regime político em um governo recente daquele país. Comentou então que não havia dúvidas de que era necessário proporcionar melhores condições de permanência aos estudantes no seu dia no CCM. Porém, contemporizou, comentando que em relação à estrutura, "não estamos mais como há algum tempo", pois a reitoria Polari proporcionou esse edifício [do CCM] através da aplicação ali das verbas do Reuni. Afirmou ainda que vários funcionários saíram do CCM, por aposentadoria ou por transferência para a reitoria, e que esses funcionários não foram repostos ao centro. Ponderou que para o trabalho de seis horas corridas, é preciso haver, em contrapartida, mais funcionários designados para o centro, devendo haver dois funcionários para cada setor nos dois turnos. Em relação à questão da paridade [70:15:15], afirmou que "somos o único centro a articular a lei literalmente, pois tanto a eleição para a reitoria quanto nas eleições dos demais centros, não se seguia esta paridade". Lembrou, porém, que a resposta do parecer jurídico fora taxativa, constituindo uma ordem, não se podendo mudar essa proporcionalidade. Quanto ao PSTV, comentou: "Vocês estão vendo, não existem tantas vagas!...". Disse que no sexto período, por exemplo, havia seis alunos a mais na turma, e que há turmas com tamanhos diferentes, umas com 57, outras com 67, ou ainda com 47, e que só a coordenação do curso poderia determinar o quantitativo de cada uma de forma precisa. Comentou ainda que todos sabem dos problemas que o currículo apresenta, mas o Prof. Severino Ramos, coordenador do curso, já chamou o Núcleo Docente Estruturante para reunião. Falou, por fim, que era necessário que se criassem verdadeiras "áreas verdes" para os alunos nas suas grades curriculares, pois estas áreas não existiam na realidade. Completou mencionando um fato curioso ocorrido em sua sala de aula no dia anterior, quando houve completo esvaziamento porque outro professor de um módulo optativo, marcou uma aula com a mesma turma no mesmo horário, e ainda prometeu que daria dois pontos a quem comparecesse. [Não houve tempo para que o Prof. Jacicarlos interpretasse esse fato - grifo nosso].
O Prof. Otacílio começou sua fala neste rodízio de respostas com a frase "Só posso falar que isso é lamentável!..." Seguiu afirmando que queria dar como exemplo de funcionamento  do internato e da residência, o que ocorre atualmente no seu departamento. Declarou que anteriormente, os professores consideravam que o internato não fazia parte do curso. Repetiu que novos conceitos têm sido atribuídos ao DC nos últimos seis anos no âmbito do internato. Em seguida, opinou que no momento da contratação de um docente nos departamentos, deveria ser determinado que a assistência ao alunado fosse "completa", incluindo a atenção ao internato. Referiu que quer o melhor para os graduandos, mas fará o possível para melhorar as residências médicas também. A respeito dos problemas relacionados aos roubos de equipamentos no CCM, comentou que esta é uma situação esperada, "afinal, estamos no Brasil!...", afirmando, contudo, que será necessário investir em recursos para melhorar a segurança do centro, com instalação de câmeras de circuito interno, funcionários e vigilância. Sobre os funcionários, afirmou que eles são primordiais para os departamentos, não se conseguindo fazer nada sem eles. Opinou que as próximas eleições sejam paritárias. Sobre o PSTV, disse que era um absurdo que tantos estudantes "se matassem" de estudar para passar no vestibular para medicina na UFPB enquanto outros tivessem sua entrada no curso facilitada pelo aparecimento destas vagas para admissão de graduandos de outras instituições. Relatou que em uma ocasião recente fora a uma reunião do Conselho Deliberativo do HU, substituindo o chefe de seu departamento, e lá estavam discutindo a criação de 70 bolsas de estudo para funcionários, enquanto aparelhos de raios-X e endoscopia estavam quebrados no hospital. Acrescentou que, na referida reunião, ele perguntara quais seriam os critérios para a concessão dessas bolsas, e recebera a resposta de que ainda estavam para ser definidos. Continuou afirmando que "essas coisas tinham que ser combatidas", e que há que protestar, que apoiava os protestos e manifestações do povo, embora logo após a onda de manifestações na rua, os políticos simplesmente tiraram férias... Repetiu que "temos que nos juntar, que nos unir!" Mencionou o que chamou de "politicagem" do governo federal no programa "Mais Médicos", que afinal era uma tentativa de apenas "colocar estetoscópios nos pescoços e mandar os médicos para o PSF, para que passassem a praticar o 'achismo', quando os profissionais ficariam cogitando 'acho que esse paciente tem parasitose', e que isso seria apenas a prática do achismo".
Concluída a segunda fase do debate, o moderador convidou os candidatos a tecerem suas considerações finais, comentando que houvera um bom nível durante a discussão. 
O Prof. Otacílio agradeceu aos colegas e relatou que vinha recebendo apoio até nos corredores do HU, embora tenha entrado nessa disputa "meio de lado". Conclamou os "inconformados" a votarem, que se quisessem a coisa correta e a mudança, que contassem com sua chapa, a Chapa 3.
O Prof. Jacicarlos solicitou que haja uma "corrente movimentadora" em torno de suas ideias, e esperava que cada pessoa tivesse compreendido suas propostas. Completou dizendo que ele e a Profa. Tereza contavam com o apoio de todos, e terminou agradecendo aos presentes.
O Prof. Eduardo também agradeceu a presença de todos e pediu que considerassem a história dos seus 28 anos na UFPB (contando com os seus cinco anos de residência médica no HU), que as pessoas vissem as histórias, que "falam mais que as falas". A Profa. Eutília disse que esperava o apoio de todos, da mesma forma que vinham apoiando seu trabalho na instituição.
Encerrou-se, então, o debate eleitoral, sem tumultos.