7 de maio de 2018

Eutanásia: Ramon Sampedro e o Direito de Morrer



“Considero a vida um direito, não uma obrigação, como no meu caso. Eu fui forçado a suportar esta terrível situação por 29 anos, quatro meses e alguns dias.” Estas foram as palavras de Ramon Sampedro em um vídeo gravado minutos antes de beber cianureto e morrer.
Ramón Sampedro foi um jornalista e marinheiro espanhol que ficou tetraplégico depois de um grave acidente quando tinha 25 anos de idade. Ele considerava que a Constituição deveria defender a dignidade do indivíduo e seu direito à vida, mas não deveria ser obrigatório viver e que ninguém deveria ser submetido a tortura.
Sampedro solicitou à justiça espanhola o direito de morrer, por não mais suportar a vida com tetraplegia há quase três décadas. A sua luta judicial demorou cinco anos pelo direito à eutanásia ativa voluntária, que não lhe foi concedido, pois a lei espanhola caracterizaria este tipo de ação como homicídio. Com o auxílio de amigos, planejou a sua morte de maneira a não incriminar ninguém.
A história real do suicídio assistido de Ramon Sampedro reacendeu o debate ético, médico e político sobre a legalização da eutanásia na Espanha. O caso inspirou o filme “Mar Adentro”.