21 de abril de 2009

Experiência da Primeira Visita Domiciliar no Projeto Continuum de Extensão

Projeto Continuum / PROBEX / UFPB: Enfoque na Visita Domiciliar (2008)
Trabalho apresentado por Rodolfo Augusto Bacelar de Athayde (extensionista do Projeto) no Grupo de Estudos em Semiologia Médica (GESME) / CCM / UFPB

Resumo do Relato de Experiência
Introdução: Selecionou-se uma paciente atendida no ambulatório de egressos de internação da clínica médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley/ UFPB, no Projeto Continuum (Probex), para receber visita domiciliar da equipe do projeto de extensão, de acordo com a Escala de Risco de Coelho (COELHO; SAVASSI, 2006). A paciente selecionada foi uma mulher diabética, 61 anos, com mau controle metabólico, hipertensa, com má adesão ao tratamento dietético, em uso de polifamácia, ansiosa e com sintomas depressivos, portadora de risco cardiovascular alto e desfavorável condição econômica. O escore de risco da Escala de Coelho foi 15 (risco R3).
Objetivos da visita: Conhecer o domicílio e estrutura e apoio familiar da paciente, verificar seguimento da prescrição dietética e medicamentosa, condições de estoque dos medicamentos e administração da insulina (locais de aplicação, quem está aplicando, sinais de atrofia cutânea), medição da pressão arterial, verificação dos ajustes da insulina e controles de auto-monitorização da glicemia, existência de assistência à saúde no bairro e efeitos adversos dos medicamentos.
Procedimentos: Após obter consentimento para a visita, comunicou-se o objetivo desta, aplicou-se o questionário elaborado para este fim, verificando possíveis problemas com a administração de medicamentos e em relação ao apoio da família; realizou-se intervenção educativa; conversou-se com os familiares.
Resultados: A equipe do Projeto Continuum considerou que os objetivos da visita domiciliar foram alcançados. A família pareceu entender como proporcionar mais apoio à paciente, como ajudar a manter os medicamentos bem conservados, e principalmente, asseguraram que tentariam ficar atentos a alguns comportamentos depressivo-ansiosos da paciente, prometendo voltar ao ambulatório para obter apoio psicológico. A paciente demonstrou receptividade à visita da equipe, colaborando com as informações solicitadas e recebendo as orientações, ao contrário do que ocorreu no ambulatório, quando se mostrou pouco cooperativa e aparentemente apática.
Considerações finais: A visita permitiu verificar melhor a existência do problema depressivo da paciente e melhorou a relação desta com a equipe, mostrando a sua importância para o acompanhamento de portadores de doenças crônicas, permitindo a visualização do paciente no contexto domiciliar. Foi uma experiência pedagógica importante para os dois alunos envolvidos na visita, assim como para a paciente e sua família, mostrando que visitas domiciliares não devem ser vistas como exclusividade da atenção primária, pois é um recurso que deve ser utilizado em  qualquer nível de atenção à saúde, sobretudo nos estabelecimentos de ensino, desde que seja necessário e possa ajudar os pacientes atendidos.

Referência
COELHO, F. L.; SAVASSI, L C. Aplicação de Escala de Risco Familiar como instrumento de priorização das Visitas Domiciliares. 2006. Disponível em: http://www.smmfc.org.br/Escaladerisco.doc Acesso em: 19 mar 2009.