11 de junho de 2009

Blog pode ser futuro da publicação científica?

Em artigo para a página web G1, da Globo.com, Stevens Rehen, do Centro de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, prevê mudanças na difusão científica, com a publicação de artigos científicos em weblogs. Além de ser uma publicação eletrônica aberta, os blogs teriam importante impacto social. O referido autor se reporta aos encaminhamentos oriundos do Fórum Mundial de Ciências da Saúde, realizado na França em 2007. Deste fórum, saíram sugestões para a disponibilização de artigos científicos em blogs, que seriam submetidos a avaliação pública e teriam certificação de seu conteúdo por revisores especializados.
Essa é uma proposta interessante, mas como seria feito o controle e a classificação de um blog com esse objetivo de divulgação científica, considerando os métodos tradicionais de indexação, o sistema bibliométrico de análise das citações? Como ficaria então o conhecido "fator de impacto normalizado" do Institute of Scientific Information, ou melhor da Thomson ISI?
Já existem os arquivos abertos que se firmam como um novo espaço de publicação e comunicação da informação científica. Mas os blogs, como uma mídia interativa indiscutível, seria um espaço passível de normalização? Mesmo havendo blogs tão diversos, que vão desde diários pessoais até os blogs educativos, jornalísticos, filosóficos e aqueles com temas científicos, todos são informais, sejam eles projetos sérios ou não.
Essa idéia de se difundir o conhecimento científico através de blogs permitiria que os trabalhos científicos fossem facilmente acessíveis, além de maior visibilidade dos artigos publicados. A interatividade seria um fator adicional de grande importância, podendo permitir comentários e discussão com especialistas e a avaliação por pares. Contudo a classificação e controle da atividade científica não é algo simples, e não pode ser informal. Documentos eletrônicos podem desaparecer sem deixar rastros...
Mas talvez esta seja uma idéia já ultrapassada. Desse ponto de vista presumivelmente jurássico, pergunta-se: será que a tecnologia da informação pode revolucionar a difusão científica normalizada?