7 de setembro de 2009

Semio-Quiz: Nódulo digital

Relato clínico: Paciente de 83 anos, masculino, apresenta história de um nódulo há dois anos na extremidade distal do dedo médio esquerdo, único e de crescimento lento (figura acima). O paciente relatou discreta e ocasional sensibilidade no local, sem outros sintomas. Negava história de traumatismo no local. Negava também antecedentes pessoais patológicos dignos de nota, inclusive dislipidemia e outras lesões de pele. O exame físico revelou nódulo de 0,9 cm, amarelado, cupuliforme, relativamente móvel, firme, localizado na face medial distal do terceiro quirodáctilo esquerdo. Nenhum outro achado clinicamente significativo foi observado. O estudo radiológico da lesão não foi realizado. O nódulo foi extirpado. Durante a cirurgia, a lesão parecia circunscrita, sem aderência às estruturas adjacentes, como bainha do tendão ou cápsula articular.
A devida referência do trabalho será acrescentada posteriormente.
10/09/09: Resposta e Referência: Trata-se de um tumor sinovial gigantocelular xantomatoso (TSGC) localizado no dedo. A histopatologia revelou um tumor bem delimitado, mas não encapsulado, com pilhas de células sinoviais, células gigantes multinucleadas, fibrose intersticial e deposição de hemossiderina focal extracelular (figura abaixo).

Os TSGC são raros, benignos, e são tumores de crescimento lento. Estas lesões também são descritas na literatura como tenossinovite nodular, sinovioma benigno de células gigantes e histiocitoma fibroso sinovial. Podem ser intra-articulares ou extra-articulares, e o padrão é de crescimento, sobretudo a forma localizada nodular que afeta principalmente as bainhas dos tendões dos dedos. Mas há uma forma difusa vilosa mais comum nos joelhos, tornozelos, pés e, raramente, a coluna vertebral. O diagnóstico clínico diferencial pode incluir xantoma, lipoma, tofo da gota, cisto ganglionar, cisto mucoso digital, nódulo reumático, sarcoma sinovial, sarcoma epitelióide, sarcoma de células claras, ou fibroma. Especula-se que a patogênese dessas lesões possa estar relacionada a traumatismos, inflamação crônica ou desordem metabólica, ou um processo verdadeiramente neoplásicas, os estudos indicam que a maioria das células são de monócitos ou macrófagos. Histologicamente, estas lesões são compostas de proporções variáveis de células xantomatosas, sinoviais, como pilhas, multinucleadas (osteoclastos) tipo células gigantes, células inflamatórias, e siderófagos. A patogênese do TSGC continua não esclarecida. Referência do trabalho em que foi publicado o caso clínico: MURPHY, M.; KRISTJANSSON, A.; LUIS, J.; MAKKAR, H. Yellow nodule on the distal finger. Xanthomatous localized tenosynovial giant cell tumor (TGCT) of the finger. Arch Dermatol. 145 (8):931-6, 2009.