24 de abril de 2010

A Escolha da Futura Área de Atuação Profissional pelo Graduando de Medicina


Por Daniel Macedo Severo de Lucena
Aluno do Internato do Curso de Graduação em Medicina, CCM/UFPB, Campus I

Escolher uma carreira, um curso superior, é uma tarefa muitas vezes difícil, pois se trata de uma decisão que certamente ditará o destino de toda uma vida. Na área de Medicina, tal escolha não se restringe ao programa do vestibular, repetindo-se novamente no final da graduação: deve-se optar pela futura área de atuação profissional. Apesar de terem surgido do modo gradual, as especialidades e sub-especialidades são uma realidade na profissão médica (FEBRASCO, 2004). Atualmente, após se formar, é comum a opção por uma especialização, sendo a mais comum o ingresso em uma residência médica, que dura dois ou mais anos a depender do ramo de trabalho escolhido.
Esse processo traduz a procura de compatibilidade pessoal em face dos desafios, domínios e campos de empregabilidade das diferentes opções de profissão. Porém, para entrar em um programa de residência, o médico deve ser classificado em concurso de âmbito nacional, o que se torna cada vez mais difícil devido ao número crescente de formandos. Nesse contexto, muitos não conseguem ser aprovados, optando por formas menos concorridas de pós-graduação, que muitas vezes não apresentam o mesmo nível de qualidade exigido (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003). A residência funciona em instituições de saúde, sob supervisão de profissionais altamente qualificados, sendo dita o “padrão-ouro” da especialização médica. Ao final de tal programa, quando esse foi cumprido integralmente dentro do ramo de trabalho eleito, confere ao médico o título de especialista (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1977). Por isso, há um grande desejo entre os estudantes por essa forma de capacitação. Diversos fatores influenciam a escolha da especialidade pelo graduando em Medicina. Preferência inicial, sexo, traços peculiares da personalidade são fatores bem atrelados à escolha. Porém, expectativas ou anseios relacionados às condições de estilo de vida na prática médica podem levar à desistência e mudança de opção para outras áreas associadas a um "estilo de vida governável", como Anestesiologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia, Radiologia, entre outras (WANDERLEY; SOBRAL, 2010). Por isso, para eleição individual da futura especialidade profissional, é preciso uma análise crítica pelo graduando, que recorre muitas vezes a familiares e a profissionais como psicólogos, de modo que possam ser levados em conta os mais importantes fatores para uma escolha acertada (TRINDADE; VIEIRA, 2009). 

Referências 
FEBRASCO. Medicina/Residência Médica. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 26 (1): 755-755, 2004 
WANDERLEY, M. S.; SOBRAL, D. T. Escolha da especialização em ginecologia e obstetrícia. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 32 (1): 55-56, 2010.
TRINDADE, L. M. D. F.; VIEIRA, M. J. Curso de Medicina: motivações e expectativas de estudantes iniciantes. Rev. bras. educ. med. 33 (4): 542-554, 2009.
World Health Organization. Fact sheet N°134: Traditional medicine. Disponível em: . RevisadoemMaio/2003. Acesso em 23/04/2010. 

Foto da postagem: Arquivo pessoal de Daniel Macedo Severo de Lucena.