29 de abril de 2010

Reflexão: O real que se inventa

Aprendemos com Erich Fromm que as pessoas que ousam discutir as formas ou as regras, contestar o consenso da minoria que detém o poder, estão predispostas ao ostracismo e à loucura. É necessário que o consenso da maioria manipulado pela minoria que detém o poder seja mantido para que o poder possa ser perpetuado. Nesse sentido o que está de acordo com a maioria é subjetivamente experimentado como real, verdadeiro, racional, moral. O consenso é, portanto, capaz de transformar o imoral em moral, o irracional em racional, o belo em feio. Para Fromm, a ansiedade é o motivo principal que obrigaria as pessoas a obedecerem e a se adaptarem.

Referência MUSSI, F. C. Confortamos? Lidamos com o humano sem conhecer o que de humano temos dentro de nós. Rev. esc. enferm. USP 33 (2): 113-122, 1999.