30 de maio de 2010

Prevenção terciária em saúde: Estratégias para reabilitação e reinserção social do indivíduo

Por Francisco José Sousa de Athaíde
Estudante de Graduação em Medicina da UFPB (Período 7)

Resumo

A prevenção terciária engloba não apenas estratégias para reabilitação, mas também para reinserção social do indivíduo. Este nível de prevenção consiste em medidas de tratamento e reabilitação de casos estabelecidos de doença e visa à redução da duração e do grau de incapacidade. É necessária a adoção de práticas interdisciplinares para esse atendimento terciário adequado .

Palavras-chave: Prevenção. Saúde. Qualidade de vida.

Prevenção é definida como “ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença”. As ações de prevenção podem ser divididas em três níveis: primária, secundária e terciária. A primária compreende a adoção de medidas preventivas no período pré-doença. A secundária se refere a formas de identificação, diagnóstico e tratamento precoce (LEAVELL e CLARCK, 1976, apud CZERESNIA, 2003) A prevenção terciária consiste no planejamento e execução de medidas de tratamento e reabilitação de casos de doença já estabelecidos, visando à redução da duração e do grau de incapacidade. Envolve terapia ocupacional em hospitais, colocação seletiva, serviços hospitalares e comunitários e ações que visam o emprego do reabilitado (ROUQUAYROL, 1995). Para atingir os objetivos da prevenção terciária, é necessária a intervenção que associa a medicina curativa da preventiva. Não se devem separar essas duas vertentes na atenção ao usuário. Existem vários exemplos de ações de caráter não médico, que são fundamentais para o restabelecimento do indivíduo. Como a melhoria do bem-estar, reintegração familiar e social. Aos profissionais em saúde, cabe não apenas a sua ação técnica, mas também a atuação educativa.
O sucesso da prevenção, em termos gerais, não depende exclusivamente da ação de profissionais especialistas. A ação coletiva deve começar na atuação governamental sobre estruturas sócio-econômicas. A comunidade precisa cobrar ações de suas instituições sociais e econômicas favorecedoras de saúde ou de doença (CZERESNIA, 2003). A prevenção terciária também envolve ações que buscam melhorar a qualidade de vida do usuário junto a família, ao trabalho e à comunidade. Noto e Galduroz (1999) cita a importância dos grupos de apoio e abordagens cognitivas comportamentais. Estes podem ser utilizados como parte da prevenção terciária em indivíduos dependentes de drogas psicotrópicas. É necessária a criação de redes de assistência integral ao dependente, incluindo serviços de orientação familiar e encaminhamento para tratamento de comorbidades configuram medidas fundamentais para aumentar os índices de recuperação (OMS, 1992, apud NOTO e GALDUROZ, 1999). Yeng (2001) sugere a superação do modelo tradicional de condução e tratamento de enfermidades emergentes. É importante que o profissional atente para a complexidade do processo de adoecer. Isso determina a necessidade de meios interdisciplinares para a intervenção, cuja meta é fornecer controle mais avançado para os múltiplos fatores envolvidos no processo de adoecimento (YENG et al, 2001)
Referências CZERESNIA, D. Ações de promoção a saúde e prevenção e doenças: o papel da ANS. Texto elaborado para o fórum de saúde suplementar, 2003. Disponível em: http://www.ans.gov.br/data/files/8A958865266CAFE201267F9A54570102/TT_AS_02_DCzeresnia_AcoesPromocaoSaude.pdf. Acesso em: 07/05/2010 NAOMAR FILHO, A. O conceito de saúde e vigilância sanitária: Notas para a compreensão de um conjunto organizado de práticas em saúde. Documento comissionado pela ANVISA, 2000. Disponível em: http://www7.anvisa.gov.br/institucional/snvs/coprh/relatorios/gestao_2000_2002/plano_trabalho_anexosi.htm/conceito.pdf LIN, T. Y. et al. Medicina física e reabilitação em doentes com dor crônica. Rev. Med. (São Paulo), 80 (Ed.esp.pt.2): 245-55, 2001 NOTO, A. R., GALDUROZ, J. C. F.O uso de drogas psicotrópicas e a prevenção no Brasil. Ciênc. saúde coletiva 4 (1): 145-151, 1999.
ROUQUAYROL, M. Z. Epidemiologia e Saúde. 5 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 1999. Fonte da imagem: http://www.fundacentro.gov.br