1 de março de 2011

Contribuição da Extensão Ambulatorial na Formação Médica

Por Francisco José Sousa de Ataíde
Estudante de Graduação em Medicina da UFPB

A atual formação dos profissionais de saúde demanda uma adequação a um modelo assistencial que tem como pressupostos principais a humanização do atendimento, a integralidade do ser humano, a promoção da saúde e a necessidade da interlocução com outros saberes, inclusive o saber popular.
O fato de que essas propostas de mudança estejam anunciadas nas diretrizes curriculares nacionais e nos programas assistenciais não assegura que elas ocorram, a menos que sejam debatidas e vivenciadas entre os profissionais (RIBEIRO, 2005). O curso médico é desenvolvido em tempo integral, com enorme quantidade de conteúdos teórico-práticos e, na maior parte das escolas médicas do Brasil, com poucas disciplinas optativas e exígua disponibilidade de tempo para atividades extracurriculares.
Além disso, em regra, os conteúdos são ministrados de modo pouco integrado entre as disciplinas e com insuficiente integração também entre teoria e prática, o que tende a tornar o processo ensino-aprendizagem pouco significativo e menos produtivo (FEUERWERKER, 2005). Por isso, a procura por atividades extracurriculares contribui para a formação médica. Através do trabalho extensionista no ambulatório do Projeto Continuum de Extensão (PROBEX/UFPB), pude vivenciar atividades práticas que foram pouco experimentadas durante o cumprimento do currículo do curso de graduação em medicina.
Outro ponto importante é o papel da instituição pública com a responsabilidade social, como o dos hospitais universitários. À medida que proporciona um campo prático para o aprendizado do estudante, também exerce ações que contribuem para a melhora da qualidade de vida da sociedade. Além de ser um excelente campo para o desenvolvimento de pesquisas. A participação em atividades extensionistas contribuiu diretamente para a minha formação médica, no sentido de me fazer entender, na prática ambulatorial, que é importante perceber e acolher o paciente em sua complexa integralidade. É preciso ser capaz de trabalhar, respeitosa e construtivamente, em equipe multidisciplinar. É importante cultivar a disposição de buscar ativa e permanentemente o conhecimento. 

Referências 
RIBEIRO, K. S. Q. A contribuição da extensão comunitária para a formação acadêmica em fisioterapia. Fisioterapia e pesquisa; 12 (3): 22-9, 2005. 
FEUERWERKER, L. Modelos tecno-assistenciais, gestão e organização do trabalho em saúde: nada é indiferente no processo de luta para a consolidação do SUS. Interface: Comunic., Saúde, Educ., 9 (18): 489-506, 2005.