29 de setembro de 2013

Calafrios da Febre Puerperal na Literatura de Ficção

GERRITSEN, Tess. O Jardim de Ossos. Tradução de Alexandre Raposo. Rio de Janeiro: Record, 2009.




Sinais e Sintomas na Literatura de ficção em prosa.
Citação direta do texto, que descreve calafrios em paciente com febre puerperal.
“(…) estamos vivendo uma epidemia em nossa enfermaria, e temo que haja mais casos em curso. Portanto, dedicaremos o programa desta manhã ao assunto da febre puerperal, também conhecida como febre do parto. Ataca a mulher no auge de sua juventude, precisamente quando tem muito pelo que viver. Embora a criança tenha nascido em segurança, até mesmo com vigor, a nova mãe ainda enfrenta o perigo. A doença pode se manifestar durante o trabalho de parto ou os sintomas podem se desenvolver após horas ou mesmo dias após o parto. Primeiro, a vítima sente frio, às vezes tão violento que seu tremor chega a chacoalhar a cama. Segue-se uma febre inevitável, que faz a pele ficar vermelha e o coração acelerar. Mas o verdadeiro tormento é a dor. Começa na pélvis e aumenta com excruciante sensibilidade à medida que o abdome incha. O menor toque, até mesmo uma leve carícia na pele, pode provocar gritos de agonia. São comuns as descargas de sangue malcheiroso. As roupas, os lençóis, às vezes a própria enfermaria fedem pungentemente. Vocês não imaginam o sofrimento mortificante de uma mulher, acostumada à mais escrupulosa higiene, ao verificar que seu corpo está cheirando de modo tão repulsivo. Mas o pior ainda está por vir.(…) O pulso acelera (…). Uma névoa confunde a mente, e a paciente às vezes não sabe que dia ou que horas são. Às vezes murmura de modo incoerente.”
“O Jardim de Ossos” – Tess Gerritsen